quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente.



A construção civil é responsável pelo consumo de até 50% dos recursos naturais extraídos e de 40% de toda a energia produzida. Qual o desafio do engenheiro da atualidade? Como se disciplinar para empregar técnicas e materiais mais sustentáveis desde a elaboração do projeto à sua especificação e instalação? 

Para se ter uma ideia, informações da Comunidade Europeia, divulgadas pela Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica (Anab), revelam alguns dos impactos das atividades da construção civil no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida da população, entre eles, poluição urbana, emprego de produtos cada vez mais sintéticos à base de substâncias petroquímicas tóxicas; uso exorbitante dos recursos naturais, como água e derivados de petróleo; consumo maciço de energia de origem fóssil; e poluição atmosférica com consequências para o efeito estufa.

No Brasil, o cenário não é diferente. A construção civil é responsável pelo consumo de 40% dos recursos naturais, de 50% da energia elétrica, de 55% de toda a madeira produzida não certificada, por 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos e por 50% do volume total de resíduos produzido.

Tendo em vista estes dados, fica evidente que as decisões tomadas pela cadeia da construção, envolvendo engenharia civil, elétrica, hidráulica, arquitetura e automação devem ser mais criteriosas e apresentarem uma postura de responsabilidade ética sob o ponto de vista humano e ambiental.

Conforme manifesta a Anab em um dos artigos publicados em sua página na internet, “construir de maneira sustentável impõe a todos os envolvidos, do projetista ao usuário, do administrador público ao empresário, do produtor ao varejista, um forte empenho ético e um profissionalismo adequado”.

Sobre esta temática trata a reportagem que se segue, que apurou que uma construção sustentável implica a adesão de comportamento, técnica e escolhas voltadas para as práticas sustentáveis e que devem passar por todas as fases do ambiente construído, desde o planejamento e elaboração do projeto até a sua construção, instalação e eventual demolição. Os engenheiros já estão inseridos nesta realidade e preparados para construir mais usando menos?

Construções sustentáveis

É ultrapassado dizer que sustentabilidade é uma tendência. A preocupação com processos e práticas sustentáveis é condição primordial para o desenvolvimento. E este conceito está cada vez mais presente no dia a dia de qualquer pessoa. Basta observar os novos hábitos da população, que está usando mais a bicicleta e as sacolas ecológicas. Além disso, os novos condomínios residenciais, ou mesmo comerciais, passaram a usar as características que priorizam a conservação ambiental como argumentos de venda. Muitos já utilizam aquecimento solar (inclusive, por força de Lei) e já existem, ainda que em pouca quantidade, projetos que preveem o uso de energia fotovoltaica e eólica e pontos para carregamento de veículos elétricos e híbridos.

Os novos edifícios já vêm se utilizando da tecnologia disponível e da mentalidade ecológica que aos poucos ganham todos os setores da economia para melhor utilizar a água, a energia elétrica, por meio de técnicas de tratamento da água ou de coleta da água da chuva, da instalação de aquecimento solar, do uso de geradores a gás natural, do aproveitamento da luz natural, entre outras medidas, como reciclagem do lixo e redução da emissão de gases de efeito estufa.

A construção sustentável dá seus primeiros passos no Brasil, mas, nos dias de hoje, especialistas entendem que esta é uma ferramenta que deve ser adotada por qualquer empresa que deseje continuar existindo. “Não haverá mais lugar para empresas poluentes, que degradam e exploram o meio ambiente, que não aperfeiçoam os seus fluxos de produção e que não oferecem condições de trabalho justas”, afirmou a arquiteta Daniela Corcuera em seu artigo “Produção de empreendimentos sustentáveis”.

Segundo a arquiteta, muitos construtores, engenheiros e arquitetos não entenderam que esta é uma necessidade do planeta e encaram o assunto como modismo, ficando à margem da sustentabilidade. “Muito provavelmente, construções sustentáveis não irão reverter de imediato os prejuízos causados pelo homem ao meio ambiente, mas contribuirão para não piorar o quadro. Construções sustentáveis dão aos seus usuários mais autonomia, pois não dependem tanto dos sistemas públicos de abastecimento de água e energia, não sobrecarregam estes sistemas e podem funcionar de forma autônoma, mesmo diante de uma pane na rede pública”, justifica.

Integração das engenharias

Presente em todos os setores da economia, a sustentabilidade está inserida – e não haveria de ser diferente – em todos os campos da engenharia. Com a experiência de ter trabalhado durante cinco anos com projetos sustentáveis em metodologias de Certificação LEED®, Procel e AQUA nos empreendimentos do mercado imobiliário, o gerente de energia e sistemas prediais do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), Eduardo Yamada, entende que existem, basicamente, quatro premissas básicas que devem ser consideradas no desenvolvimento de um projeto de engenharia:

(1) evitar e eliminar desperdícios;
(2) otimizar a eficiência dos sistemas;
(3) aproveitar os recursos naturais disponíveis;
(4) recuperar insumos e fontes.

A partir das premissas apresentadas ficam mais claras, para o engenheiro, quais as principais preocupações visando à sustentabilidade e à eficiência energética dos projetos. “No caso dos elétricos, analisando o primeiro princípio, “Evitar e eliminar desperdícios”, entendemos, por exemplo, porque o LEED® e o Procel impõem a aplicação de sistema de iluminação com desligamento automático em função da ocupação. Entendemos, também, porque o LEED® obriga a ter menos queda de tensão (perda de tensão ao longo da distribuição de energia) nos trechos de maior passagem de corrente (circuitos alimentadores), induzindo o projetista a criar subestações transformadoras próximas aos grandes centros de carga. E o mais interessante é que, analogamente aos exemplos dos projetos elétricos citados, podemos aplicar essa e as outras premissas nos demais projetos de sistemas prediais (ar condicionado, hidráulico, luminotécnico, elevadores, etc.)”, explica Yamada, que também é professor do curso de “Eficiência Energética nos Empreendimentos” organizado pela Poli-Integra e pela Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE).

Nesse sentido, os fornecedores de materiais para construção e instalação também estão atentos a colocar no mercado produtos com maior comprometimento ambiental, o que vem ajudando a baratear este tipo de edificação. Equipamentos com maior eficiência energética, produtos fabricados com materiais menos agressivos, reciclagens ou que emitem menos gases tóxicos quando queimados (como fios e cabos livres de halogênio) são exemplos de preocupações com o equilíbrio entre o desenvolvimento e a prudência com o meio ambiente.

Yamada sugere a implementação de soluções e especificações de sistemas e equipamentos com maior eficiência e rendimento possível, como lâmpadas com elevada eficiência luminosa (lm/W), luminárias eficientes com maior emissão de fluxo luminoso, motores elétricos de alto ou altíssimo rendimento (high ou premium efficiency), entre outras ações, que fazem parte da premissa “otimizar a eficiência energética”, mencionada anteriormente.

O engenheiro e mestre em eficiência energética, André Paro, coordenador da equipe de engenharia elétrica da Promon Engenharia, acrescenta que a escolha de equipamentos com selos de eficiência energética e de sistemas de controle de processo que levem em conta a economia de energia e menor pico de demanda são fundamentais nos projetos de hoje em dia.

Outra estratégia importante é usufruir dos recursos naturais disponíveis, implantando soluções que aproveitem fontes e recursos da natureza, reduzindo o consumo e a geração “artificial”, como: energia solar para aquecimento de água ou geração de energia elétrica por placas fotovoltaicas; a luz natural que ingressa nos ambientes para reduzir (dimerizar) a iluminação artificial das luminárias; a energia cinética dos ventos para geração elétrica (usinas eólicas); a geração de energia elétrica por fonte de calor solar através de turbinas a vapor (usinas solares); a energia geotérmica para gerar ou rejeitar calor; a energia mecânica de movimentação das ondas do mar para gerar elétrica, etc.

A quarta premissa, segundo o gerente do CTE, inclui soluções de sistemas que aproveitem a energia desperdiçada de outros sistemas ou equipamentos, reduzindo o consumo e a geração “artificial”, como sistema de recuperação de energia potencial e cinética da frenagem dos elevadores para a geração de energia elétrica; sistemas de cogeração com o aproveitamento de energia térmica dos geradores elétricos para geração de energia térmica de aquecimento ou resfriamento, entre outros. “Por conta disso, as soluções e as tecnologias que envolvam aproveitamento de recursos naturais serão cada vez mais demandadas e valorizadas no mercado. As demais soluções que envolvam as outras três premissas tenderão a se tornar obrigatórias, por imposição de normas e leis, num curto espaço de tempo, já sendo mandatória em vários países”, prevê.

O professor associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, José Aquiles Grimoni, dá exemplo de outras técnicas que podem ser referenciadas como fruto dessa nova mentalidade voltada para práticas sustentáveis. Segundo ele, o uso de conceitos como "análise de ciclo de vida", que avalia um sistema ou equipamento desde seu berço até a sua desativação ou disposição final, analisando os processo e seus rejeitos e custos associados, é uma tendência a ser incorporada no cotidiano do engenheiro. “Outro conceito está associado aos chamados ‘custos completos’, que levam em conta custos técnicos, econômicos, sociais e ambientais para comparar alternativas de solução de problemas ou de projetos”, aponta.

O engenheiro Carlos Zink, responsável por atividades ligadas à sustentabilidade da Promon Engenharia, comenta sobre a importância de o profissional ter uma bagagem mínima de conhecimento para julgar como suas decisões impactam o ecossistema (ambiental e social) do produto que está sendo concebido. “Ele deve ser capaz de identificar e tratar impactos durante todo seu ciclo de vida, do berço (extração de matéria prima) ao túmulo (destinação final / reciclo) e deve ser capaz de avaliar informações sobre desempenho do componente e condicionantes sociais envolvidos, como, por exemplo, esforço durante a instalação, modos de uso e hábitos de usuários”, afirma.

André Paro complementa ao afirmar que o conceito de reduzir, reutilizar e reciclar pode também ser aplicado à engenharia elétrica, principalmente quando se tem a chance de ajudar o cliente na definição de iniciativas que ajudarão ao longo do ciclo de vida da instalação, e não somente na economia de capital na implantação.

Se o engenheiro vai se acostumar a ter pensamentos sustentáveis e aplicá-los em seus projetos é praticamente uma questão de sobrevivência no mercado que se configura nos dias de hoje. Para Eduardo Yamada, o engenheiro precisa abrir a mente para a nova realidade de mercado. “O engenheiro precisa sair da zona de conforto e do comodismo, achando que projetos de sistemas prediais devem ser feitos para atender às necessidades dos clientes e às normas técnicas somente. Ele precisa ter discernimento e bom senso técnico na escolha e na especificação dos fornecedores, entender os conceitos de sustentabilidade e aplicá-los nos projetos”, avalia.

Infelizmente, o que ainda acontece é que cada projetista desenvolve de forma individual e desintegrada sua competência, focando somente nas disciplinas envolvidas. “No caso do desenvolvimento de um projeto sustentável, essa sinergia tem que acontecer, pois é com ela que se obtém os benefícios de forma sistêmica requeridos nas metodologias”, alerta.

Segundo ele, muitos projetos não levam em consideração os estudos da arquitetura de fachada (envoltória), que têm influência direta sobre os projetos de ar condicionado, elétricos, luminotécnicos e de automação predial. “Caso a envoltória seja ineficiente, especificando, por exemplo, muita área transparente (janelas) ou volumetria mal orientada, os sistemas de ar condicionado e de iluminação deverão possuir eficiências elevadas, que, por consequência, acarretarão altos investimentos de tecnologias de automação predial, com o objetivo de compensar o consumo energético elevado originado pela grande parcela de carga térmica de insolação. Além disso, o aumento da demanda do sistema de ar condicionado resultará em aumento de custo de equipamentos, dispositivos e infraestrutura dos sistemas elétricos.

Mudança de paradigmas

A construção civil está efetivamente começando a demonstrar que está se adequando cada vez mais aos conceitos de sustentabilidade. Principalmente, os mais jovens estão começando a exigir de seus fornecedores uma postura mais correta em relação ao meio ambiente, desenvolvendo um dos maiores desafios corporativos deste milênio: o consumo consciente.

No sentido de formação, as escolas de engenharia têm trabalhado para inserir o tema na grade curricular. “As universidades têm introduzido em várias disciplinas estes conceitos aplicados a projetos de engenharia e desenvolvido análises de estudos de casos de projetos reais considerando esta abordagem”, informa o professor Aquiles, da Politécnica da USP.

A preparação do engenheiro do futuro passa pela formação multidisciplinar, buscando compreender a atuação de demais disciplinas envolvidas no projeto. Paro, da Promon, diz que a ligação dos saberes entre as carreiras da engenharia (química, mecânica, civil, materiais, produção e outras) é fundamental para que o eletricista saiba antever o que de mais eficiente poderá ser oferecido nos sistemas que dependem da eletricidade. “Sendo assim, deve buscar, mesmo que de forma extracurricular, conhecimentos mínimos, como por exemplo, o conceito do “triple bottom line” da sustentabilidade (ambiental, social e econômico)”, aconselha.

A realização de projetos integrados garante menor retrabalho e desperdício em fases de execução da obra. “Contudo, existem alguns empecilhos que dificultam sua execução como a multiplicidade de ferramentas utilizadas pelas diferentes disciplinas de engenharia, a descentralização de informação e a necessidade de maior esforço de gerenciamento de informação e coordenação técnica do projeto. Modelos eletrônicos em sistemas 3D e 4D auxiliam muito nesta tarefa”, finaliza Carlos Zink.

Estímulos às construções verdes

Diante do novo contexto global, que está exigindo das empresas e dos profissionais mais consideração pelos fatores ambientais como medida de equilíbrio para suas ações, algumas medidas foram criadas por organizações institucionais e pelo governo com o propósito de incentivar a prática sustentável em construções.

Um exemplo disso é a certificação Leed para construção sustentável, que, criada pelo U.S. Green Building Council (USGBC), chegou ao Brasil em 2007, e completa, neste ano, cinco anos de atuação no País.

O gerente técnico do Green Building Brasil, Marcos Casado, explica em um de seus artigos que, para receber a certificação, o empreendimento deve atender pré-requisitos e recomendações que avaliam o tipo de terreno, a localização, a infraestrutura local, o uso racional de água, eficiência energética, qualidade do ar interno, reciclagem e diversas outras medidas que garantam eficiência operacional ao usuário e preservação do meio ambiente, antes, durante e após a obra. “Todos estes critérios começam a impulsionar e a transformar o mercado da construção civil e têm se tornado uma importante ferramenta educacional e de comunicação com o consumidor, além de criar parâmetros de qualidade para o mercado”, escreveu.

Há menos de 50 dias do fim do ano, o Green Building Council Brasil comemora o crescimento do setor que superou a meta projetada no ano passado. “Enquanto em 2011, 17 edifícios receberam a certificação LEED, esse ano o número já é de 32. Outros 620 estão registrados no sistema e receberão o selo se comprovarem o atendimento a critérios como: eficiência energética; uso racional de água; qualidade ambiental interna; uso de materiais, tecnologias e recursos ambientalmente corretas entre outras ações que minimizem os impactos ao meio ambiente”, informa a instituição.

Com esse avanço, o Brasil mantém a posição de quarta nação no ranking mundial de empreendimentos LEED, atrás apenas dos Estados Unidos, com um total de 40.262 construções sustentáveis, seguido pela China, com 869, e o Emirados Árabes Unidos, com 767.

Outro exemplo é o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel Edifica), instituído em 2003 pela Eletrobras/Procel, e que atua de forma conjunta com o Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as universidades, os centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil.

A proposta do Procel Edifica é justamente ampliar as ações do Procel de maneira a incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.

Um dos grandes atrativos para a obtenção das certificações é a percepção de que o meio ambiente pode ser um parceiro dos empreendedores. Isso porque, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi), os gastos com água são a segunda maior despesa dos condomínios, acompanhada de energia elétrica, a terceira maior. Nos empreendimentos que seguem o sistema de certificação, o consumo de energia é 30% menor, há também redução de até 50% no consumo de água, de até 80% nos resíduos e uma valorização de 10% a 20% no preço de revenda, além de redução média de 9% no custo de operação do empreendimento durante toda a sua vida útil.

Na opinião de Eduardo Yamada, as metodologias irão sempre valorizar, no mínimo, o bom projeto, a boa compatibilização e integração dos sistemas e a boa operação predial dos empreendimentos. Ele explica que a metodologia LEED® é um exemplo claro de visão sistêmatica da sustentabilidade na construção civil e mercado imibiliário, englobando avaliação, tanto para novos empreendimentos (edifícios corporativos, residências, áreas comerciais, bairros, hospitais,etc.) desde a fase de projetos e construção, como na preocupação do tema durante a operação, como na preocupação do tema durante a operação predial. O Procel valoriza os projetos na questão de eficiência energética. E existem, também, outras metodologias já em implementação no Brasil, como o AQUA e BREEM, que são análogos ao LEED. "De qualquer maneira, todos elas têm um objetivo e foco comum que é valorizar os melhores projetos, promovendo a eficiência e sustentabilidade durante toda a vida útil do empreendimento", conclui.

As certificações também ajudam a criar demandas de mercado, que aceleram a adoção das boas práticas de sustentabilidade. “A gestão da imagem ligada à marca das empresas é algo muito sensível à opinião popular, e isto acelera o amadurecimento da sustentabilidade, como em um mecanismo de feed-back positivo”, lembra Paro.

Uma nova possibilidade que temos agora no Brasil é a da viabilização da autogeração de energia elétrica para atender ao seu próprio consumo ou exportar para a rede elétrica por meio de sistemas de micro (até 100 kW) e minigeração (de 100 kW a 1 MW) de energia elétrica. Lembrada pelo professor Aquiles, a resolução 482/2012 estabelece as condições gerais para o acesso da geração distribuída (próxima ao local de consumo) à rede elétrica convencional. As regras são válidas para geradores que utilizarem fontes incentivadas de energia: hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada.

Pelo sistema, a unidade geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido será injetado no sistema da distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subsequentes.

A Aneel promoveu audiência pública para discutir o texto da Resolução para deixar mais claros os seguintes pontos: definição da natureza jurídica do sistema de compensação de energia elétrica; possibilidade de uso dos créditos em outras unidades consumidoras sob a mesma titularidade da unidade onde esteja instalada a micro ou minigeração distribuída; explicação da dispensa de assinatura de contratos de conexão e uso na qualidade de geração para as unidades consumidoras que aderirem ao sistema de compensação; esclarecimento quanto à definição do termo “tarifas de energia” e alterações textuais de modo a deixar mais clara a ordem de compensação dos créditos de energia ativa. Os resultados ainda não haviam sido publicados até o fechamento desta edição.

Com isso, chega-se à conclusão que, embora o século 20 tenha trazido grandes aparatos tecnológicos, esse desenvolvimento veio acompanhado por uma conseqüência ecológica desastrosa. O nosso desafio, nesse sentido, é conciliar o desenvolvimento tecnológico com a preservação dos recursos naturais, garantindo o progresso, mas com práticas sustentáveis. Fazendo mais com menos. 

FONTE: Voltimum

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lançamento do Fórum Paranaense de Acessibilidade do CREA-PR acontece no próximo dia 20.



No próximo dia 20 de Março, o CREA-PR realiza em sua sede em Curitiba o lançamento oficial do Fórum Paranaense de Acessibilidade. Segundo o engenheiro civil Antônio Borges dos Reais, que coordena o Fórum, o objetivo é disseminar a cultura da acessibilidade e que o Paraná seja um estado modelo para o Brasil. "Nosso objetivo é trabalhar em conjunto, unindo poder público, associações de classe, ONG's universidades, sindicatos, enfim, as instituições que se preocupam com o tema para realizar uma grande discussão em todo o Paraná e acima de tudo, conscientizar as pessoas para termos um país verdadeiramente acessível", ressalta.

O Fórum pretende abordar os principais temas envolvendo acessibilidade como: legislação, normas, calçadas, arborização, novas tecnologias, inclusão no ambiente de trabalho, entre outros. A palestra de abertura será realizada pelo Secretário Municipal de Urbanismo de Curitiba, engenheiro Reginaldo Cordeiro.

Confira a programação


  20/03 – Lançamento do Fórum Paranaense de Acessibilidade – Curitiba

  7/05 – Pato Branco
  8/05 – Cascavel

  10/07 – Londrina
  11/07 – Apucarana
  12/07 - Maringá

  17/09 – Ponta Grossa
  18/09 – Guarapuava


 FONTE: CREA/PR

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Entenda a importância do estágio para a sua carreira.




O estágio é uma experiência muito importante para o desenvolvimento da carreira de todo profissional. Ele é diferente de um emprego tradicional, pois traz para os estudantes o conhecimento, competências e experiências práticas daquilo que estudam teoricamente na faculdade. Além disso, o estágio possibilita que o aluno aprenda de maneira mais objetiva alguns fatores de sua profissão que muitas vezes são ignorados pelas instituições de ensino ou que só podem ser mais bem compreendidos quando se está no ambiente de trabalho.

Além da possibilidade de confirmar sua escolha de formação profissional, o estágio também pode servir para que você mude de profissão ou entenda melhor todas as áreas em que poderá atuar na carreira. Ele serve como uma confirmação das suas escolhas e, se bem-sucedido, pode motivar você ainda mais a alcançar seus objetivos profissionais.

O estágio também pode ser a porta de entrada para seu primeiro emprego efetivado. Muitos empregadores oferecem um plano de carreira que dá a oportunidade para que estagiários que obtiverem bons resultados entrem na empresa como empregados tradicionais.

Mesmo que o estágio não garanta um emprego fixo no futuro, você deve aproveitar essa chance para aprender com profissionais mais experientes e que estão ao seu lado para ajudar você a crescer. Essas pessoas poderão servir como seus mentores, contatos profissionais e referências para o resto da carreira. Mesmo que você não consiga um emprego nessa empresa, poderá aproveitar os novos contatos para outras oportunidades de trabalho.


Fonte: Universia

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Tinta térmica pode substituir ar condicionado



A NASA desenvolveu uma tinta à base de água e microesferas ocas de vidro, capaz de reduzir a temperatura e o consumo de energia dentro das residências. Em alta no mercado internacional, a tinta térmica é a mais barata das soluções utilizadas nas obras de isolamento térmico.

O material pode ser aplicado em qualquer superfície, mas o efeito é intensificado quando é utilizada para revestir os telhados das construções, já que a parte superior recebe maior incidência dos raios solares. Os telhados revestidos com o material reduzem em até 60% o consumo de energia elétrica utilizado para refrigerar casas, prédios, indústrias e estabelecimentos comerciais.

No começo, os cientistas da NASA criaram a tinta térmica para ser aplicada em aeronaves, navios e tubulações, a fim de diminuir o calor dentro destas estruturas. Porém, a solução passou a ser comercializada em lojas de construção nos EUA e rapidamente se popularizou, já que a tinta térmica é mais barata e sustentável do que a espuma de poliuretano, material derivado do petróleo usado na maior parte das obras de isolamento térmico.

De acordo com Walter Crivelente Ferreira, diretor da empresa WC Isolamento Térmico, o revestimento pode até mesmo tomar o lugar do ar condicionado. “Se o local for bem ventilado, a sensação térmica no ambiente interno se torna agradável, sem precisar de ar condicionado”, garante o fornecedor do material.

Mesmo ganhando espaço cada vez maior no mercado, a tinta não é reconhecida para os projetos de revestimento térmico. De acordo com Crivelente, as licitações públicas ainda exigem o poliuretano nas obras. No entanto, as Nações Unidas estão elaborando um regulamento para adotar materiais de revestimento mais sustentáveis, sem data para ser entregue.

O diretor da empresa fornecedora acredita que o brasileiro deve aderir à novidade. “As vendas por aqui ainda vão crescer”, afirmou Crivelente, que leva o serviço para muitas indústrias. A nova tinta tem propriedades semelhantes às convencionais e custa a metade do preço das espumas de poliuretano. O efeito térmico dura cerca de cinco anos e a aplicação pode ser feita pelos proprietários.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Crescimento Salarial na Engenharia Civil.

Crescimento Salarial na Engenharia Civil: o tempo de formação e a experiência em obras realizadas contam muito na formação da remuneração do profissional. Tenho notado forte demanda na busca por Engenheiro Civil com experiência em obras residenciais.

O excesso de demanda no setor da Engenharia Civil/Construção Civil ocasiona um fenômeno que influencia diretamente nos salários dos profissionais que atuam na área. Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV) afirma que “quando o salário cai na construção civil, ele cai acima da média. Quando sobe, a recuperação ocorre com fôlego ainda maior. Por isso, em momentos de grande otimismo como agora, é natural esse movimento de ascensão.”  Segundo levantamento da empresa Hay Group, a remuneração fixa de um mestre de obras pode chegar a 11,7 mil reais por mês. Em 2012  constatou-se uma queda do setor na economia.

Nem tudo é um “mar de rosas”, pois tenho verificado que muitos profissionais criticam as ofertas de emprego oferecidas pela maioria das empresas no Mercado de Trabalho. A Amplitude de Carreira, que é a diferença entre o menor e maior salário, demonstra claramente esta afirmação:











Não podemos esquecer que o tempo de formação e a experiência em obras realizadas contam muito na formação da remuneração do profissional. Tenho notado forte demanda na busca por Engenheiro Civil com experiência em obras residenciais, justificada principalmente pelas ações governamentais que visam entregar casas populares à população de baixa renda, bem como pelos desafios de infraestrutura que vieram junto à Copa do Mundo de 2014 e à Olimpíada, no Rio de Janeiro, em 2016. O Engenheiro Civil, pela complexidade e responsabilidade do seu trabalho tem direito ao Salário Mínimo Profissional garantido em Lei, que é baseado nas seguintes condições:

Carga horária de 6 horas diárias: 6 salários mínimos = 6 X R$ 678,00(janeiro 2013) = R$ 4.068,00 por mês
Carga horária de 8 horas diárias: 8,5 salários mínimos= 8,5 X R$ 678,00(janeiro 2013) = R$ 5.763,00 por mês


Algumas empresas contratam Engenheiros e infelizmente não respeitam a legislação oferecendo, principalmente para aqueles recém formados ou com pouca ou nenhuma experiência, remuneração inferior ao estabelecido em Lei.  Na realidade a remuneração pode variar, dependendo de alguns fatores tais como: anos de formação, área profissional em que atua, setor de atividade ( público ou privado), local de trabalho (escritório ou campo), porte da empresa (grande, média ou pequena), se tem vínculo CLT ou PJ, Estado da federação.


Fonte: exame-com

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Mercado de Oportunidades.


Foi-se o tempo das vacas magras no mercado de trabalho dos engenheiros civis. Se na "década perdida" de 1980 a oferta de vagas era tão baixa que os recém-formados preferiam migrar para o setor financeiro, onde eram mais bem remunerados, hoje o aquecimento da Construção gera tanta demanda por profissionais qualificados que os alunos já são contratados antes mesmo de se formar. No entanto, mais do que engenheiros "genéricos", as empresas precisam de especialistas – em gestão, produção, orçamento, coordenação de obras, entre outros. E, com falta de "material humano" de qualidade no mercado, as empresas estão apostando cada vez mais na formação de seus próprios quadros internos.O setor está crescendo e deve continuar assim nos próximos anos. Incorporadoras e construtoras aproveitam o momento favorável para lançar mais empreendimentos. 

Com tantos projetos tocados ao mesmo tempo, a principal dor de cabeça dessas empresas é como supervisionar todas as obras simultaneamente e com qualidade. Dessa necessidade imediata deriva o primeiro dos campos de especialização mais promissores do mercado: o planejamento de obras.

O papel do engenheiro de planejamento é fundamental para determinar a velocidade e a estratégia com que as obras serão executadas. "Com o grande volume de lançamentos, cada vez mais o planejamento deverá ser elaborado como visão da empresa e não por cada gestão de obra", afirma o diretor técnico e de obras da Goldzstein Cyrela, Rogério Raabe. Para o vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicado da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Francisco Vasconcellos Neto, os engenheiros dessa área não podem se iludir, achando que basta dominar um software de planejamento para fazer bem seu trabalho. Em sua opinião, falta no mercado um curso de especialização forte nesse segmento.

Com o aumento do número de obras é preciso, também, lidar com um grande número de projetistas. Portanto, há espaço também para engenheiros capacitados em Gerenciamento de Projetos. O diretor de engenharia da CCDI (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário), Cláudio Sayeg, cita três das principais competências necessárias a esse profissional. Primeiro, ele precisa ter um domínio técnico básico, mas amplo, das várias especialidades que compõem a edificação. Segundo, deve conhecer as tecnologias mais usadas no segmento de construção em que atuará – popular, comercial ou de alto padrão. Por fim, deve saber interpretar os diversos projetos de um empreendimento e identificar as implicações no orçamento, na execução, no cronograma etc. "Não basta ler superficialmente os desenhos, é preciso saber o que há em suas entrelinhas", explica Sayeg.

Outra implicação do mesmo problema é a crescente demanda por projetos disciplinares e de sistemas prediais – fundações, estruturas, instalações elétricas, hidráulicas, ar-condicionado, impermeabilização e assim por diante. Para os interessados em seguir por essas áreas de especialização, as perspectivas são atraentes. "Os projetistas contratados pelas construtoras acabam sendo sempre os mesmos, pois são os que têm mais experiência para atender às demandas do mercado", afirma o diretor presidente da Sinco Engenharia, Paulo Sanchez. "Há escritórios dispensando trabalhos porque não têm condições de atender a tantos pedidos."

A área de Engenharia de Produção na Construção é também apontada como promissora. "Faltam pessoas que façam projetos executivos de qualidade, que ajudem a melhorar a produtividade nos canteiros", revela Sanchez. Como exemplos, ele cita a carência por projetistas de fôrmas e de alvenaria. Rogério Raabe, da Goldzstein Cyrela, acredita que há muito também a ser explorado por engenheiros de Logística. "Esta função é muito importante para a produção devido à grande demanda por equipamentos, ferramentas e sistemas construtivos industrializados."

Para Luiz Henrique Ceotto, diretor de Construção da Tishman Speyer, a figura do engenheiro de manutenção também tende a adquirir importância dentro das construtoras. Trata-se de um profissional que supervisiona se os sistemas do edifício estão sendo projetados de forma a facilitar intervenções futuras para reparos e renovações. Atua também no pós-venda, realizando o levantamento estatístico e o diagnóstico das ocorrências de manutenção. "Ele deve ter domínio de elétrica ou hidráulica, mas precisa ser, antes de tudo, um engenheiro civil", explica.

Falta experiência

Depois de anos seguidos vendo os engenheiros civis formados migrando para outras áreas de atuação, as empresas do ramo da Construção vêm enfrentando dificuldades para encontrar profissionais qualificados para os cargos de maior responsabilidade.

Em uma trajetória normal, assumem os postos de gerência os funcionários mais experientes dos quadros internos, que já acompanharam pelo menos o ciclo completo de uma obra. Os promovidos, com auxílio financeiro da empresa, complementam seu conhecimento prático com uma formação teórica em cursos de pós-graduação de médio e longo prazo, como as especializações lato sensu e os MBAs. Porém, com o aumento repentino do volume de trabalho, as empresas não têm conseguido esperar que seus funcionários adquiram maior experiência antes de assumir tais postos. "Muitos aumentaram seu patamar salarial e de responsabilidade, mas em alguns casos não estavam preparados para isso", afirma Sanchez, da Sinco. "Pode ser que colhamos frutos não muito bons desse crescimento abrupto", alerta.

Para o professor Francisco Ferreira Cardoso, coordenador do curso de MBA em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, os engenheiros devem conter a ansiedade e não ter pressa para realizar sua pós-graduação. "Se o aluno tem uma vivência profissional maior, os conteúdos abordados são mais bem absorvidos, há uma troca de conhecimentos mais efetiva", explica. Na seleção dos alunos para o curso que coordena, Cardoso dá preferência àqueles que tenham entre cinco e sete anos de experiência de mercado. Alunos recém-formados até são admitidos, mas são exceções. "Geralmente não passam de três em uma turma de 30."

Esses cursos, portanto, não se prestam às empresas ou aos profissionais que procuram resultados mais imediatos. Para isso existem os cursos de curta duração, de até seis meses, criados pelas instituições de ensino para atender a demandas pontuais. "São cursos que oferecem conhecimentos em áreas mais específicas", explica o coordenador do Pece (Programa de Educação Continuada da Poli-USP), Jorge Luis Risco Becerra. "Eles também são procurados por ex-alunos de faculdades com currículos deficientes, que querem preencher lacunas na formação." Segundo ele, atualmente os cursos de treinamento da instituição mais procurados por engenheiros civis são os de Engenharia de Túneis e de Pavimentação.

FONTE: FEITEP