terça-feira, 10 de setembro de 2013

URUP: Método de escavação de túneis isento de poços de acesso.


A abertura de túneis viários pelo método não destrutivo ultra-rapid underpass (Urup) dispensa poços verticais para a máquina shield acessar a escavação. Com o Urup, a escavação começa e termina ao nível do solo: o shield é lançado na superfície, avança em uma curva vertical, percorre todo o subsolo escavando o túnel e atinge o ponto de chegada, no outro extremo, também ao nível da superfície.

Escavações com outros métodos não destrutivos (MNDs) já têm como característica a redução significativa da interferência em áreas urbanas por dispensar a abertura de valas. Os MNDs convencionais para abertura de túneis, entretanto, dependem da construção dos poços de acesso para a instalação e entrada de equipamentos de escavação.

Outra característica do método Urup, além de encurtar o tempo de abertura do túnel, é a redução da emissão de ruídos e de vibrações. A seção escavada do túnel pode, ainda, ser menor do que em outras técnicas, reduzindo a quantidade de solo escavado a ser dispensado. O Urup é uma técnica incipiente, criada no Japão. No Brasil, o método ainda não foi empregado em nenhuma obra. Confira alguns detalhes do procedimento.



1 Equipamento
Para a abertura de túneis com o método Urup é usado um shield chamado de Pressurized Tunnel Boring Machine (PTBM). As máquinas TBM são geralmente usadas em outros métodos não destrutivos de escavação de túneis viários e metroviários com acesso por poços verticais. Na abertura de um túnel na cidade de Kawajiri, no Japão, foi utilizado um shield de seção retangular - podem, ainda, ser usadas máquinas de seção circular, embora a seção retangular promova melhor aproveitamento da escavação. A PTBM pode utilizar cortadores laterais na parte frontal da máquina que, além do corte auxiliar, também atuam de anteparo contra a queda lateral do túnel durante a escavação. Esse recurso é utilizado conforme as condições do solo e do ambiente. A máquina é equipada com conjuntos de cabeças de corte superiores e inferiores, de modo que a parte superior pode seguir à frente da inferior para reduzir o impacto na superfície do solo. Cada cabeça de corte pode trabalhar de forma independente.

2 Lançamento
O shield é lançado a partir de uma base de apoio, de aço, disposta no ponto inicial da escavação, na superfície. A base acomoda o impulso do equipamento na partida da escavação. Se os cortadores laterais forem utilizados, a máquina já é lançada com esses elementos estendidos. A escavação pode contar, também, com injeção de lubrificante na parte superior da máquina para reduzir o atrito com o solo e diminuir a interferência. Enquanto a máquina estiver escavando na superfície, o controle é feito visualmente: é necessário que a área em que o solo é revolvido esteja exclusivamente à frente da escavação.

3 Escavação
O shield desce em uma curva vertical até atingir o ponto mais aprofundado da escavação e segue em nível - desde que, é claro, o projeto do túnel não preveja desníveis ao longo do percurso. A injeção de lubrificante pode ser feita durante todo o trecho de abertura do túnel. As técnicas e os sistemas usados para controle direcional durante a escavação são os mesmos utilizados nos MND convencionais: o uso articulado ou seletivo das cabeças de escavação se encarrega de garantir o direcionamento da frente de escavação.

4 Segmentos de concreto
O material excedente da escavação é retirado na medida em que o trabalho avança. Uma escavação com seção retangular e que atenda às dimensões do túnel produz menos material excedente e, portanto, um melhor aproveitamento do maciço escavado. Para construção do túnel, pode ser usado o procedimento de anéis de concreto - adotado em escavações TBM convencionais.

5 Finalização da escavação
A escavação é finalizada com a saída da máquina no nível do solo, em uma curva vertical ascendente. O procedimento é mais simples e menos crítico do que o lançamento da máquina. Nota-se a sublevação do solo quando o shield se aproxima da superfície.

Fonte: FEITEP

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